Cara, me desculpe pela demora - como sempre, na verdade, acabo demorando pra te responder. Mesmo assim estou com uma sensacao boa que queria que voce tambem passasse. Estou no computador daquele colega nosso que vai todo ano para o japao, lembra? Nao consigo digitar ou colocar acentos direito nisso aqui, hahaha.

Mas tudo bem, fica avisado desde ja que esta sera a ultima carta enviada a voce no endereco de Presidente Prudente este ano, tudo certo? Voce sabe o motivo. Porque quero que voce volte realmente rapido e quero que a gente consiga matar as saudades de forma apropriada. Vamos fazer alguns roles do mesmo jeito que faziamos quando estavamos com a galera toda junta. 

Vou se sincero. Nos falamos recentemente. Nao tenho muito o que escrever pra voce. O que te mando sao duas musicas de uma cantora francesa que fui apresentado recentemente e que fez alguns dias ficarem mais valiosos. Se gostar, de mais uma pesquisada. Na minha opiniao, temos uma musica realmente boa aqui. Espero que goste, como se fosse um presente de natal adiantado. Abraco. E aguente...que nos encontraremos em breve. Abraco forte.

http://www.youtube.com/watch?v=hWXVu2caTcs

http://www.youtube.com/watch?v=07nXT4TKeJg
Por tópicos novamente? Não acho que não enfim, alguma coisa.Não sei direito como dizer, mas acredito que em algum momento minhas palavras possam fazer algum sentido.Creio que agora entendo o que você quis dizer há meses atrás, acho também que devo concordar.Acho não, eu sei que concordo.É realmente mais fácil aparentar uma felicidade aos outros, do que sentir-se plenamente feliz consigo, sem precisar provar isso à pessoa alguma.Mas isso é tão questionável, tão questionável nessa nossa condição.Condição de animal, de habitante e Ser de um ambiente maior e muito mais antigo do que os nossos primeiros pensamentos, mais antigo que a pessoa mais antiga que sua mente conseguir buscar de livros didáticos ou lendas e histórias.É questionável o fato do homem querer ser feliz, será que em nossa prepotência perante o resto, temos mesmo esse direito? Eu compreendo o desespero de tentar alcançar todos os nossos desejos nesse pouco tempo que estamos aqui, mas para a natureza toda somos desprezíveis.Mas saindo desse pensamento, que as vezes me pega de surpresa, confio em tuas palavras quando diz que nas mais simples felicidades somos completos.Acredito, de verdade.E são as simplicidades que deixamos escapar todos os dias.As menores coisas, que nos fazem completos, passamos despercebidos por todas elas.

Todos esses seus pensamentos são assombrações em minha cabeça há algum tempo.Quando me comparei a um peixe, quis trazer à tona aquela velha frase "Um peixe fora d'água" que, para falar a verdade, me enquadra perfeitamente.Eu digo de verdade que me sinto cansado, cansado dessa mediocridade que cerca as opniões(que parecem mais reproduções), cerca todas as mentes e, digo isso sem prepotência alguma, pois não me excluo disso tudo, de maneira alguma!Me sinto como um peixe querendo sair disso tudo, mas não há água por perto para que eu possa me mover.Todas essas pessoas que ignoram tudo ao seu redor e conseguem se arrumar, ir a academias, ir a bancos e bares, pegar uma nota de R$5,00 e não pensar por um segundo se quer.Que direito é esse nosso de desligar-nos dos outros, de tal forma, que nem pensamos no fato de que enquanto estamos aqui sentados no computador, curtindo uma música suave, alguém está sendo estuprado, apanhando, torturado, roubado, morto, passa fome e frio, mendiga etc.Esses pensamentos ficam tanto tempo comigo, que a chuva me incomoda.Me incomoda pensar que enquanto eu curto o barulho de chuva para dormir, alguém se incomoda com a água caindo em sua cabeça e não lhe deixa dormir.Entende? Eu sei que parece clichê, escroto no mínimo.Mas é preocupante, e revoltante pensar nas minimas necessidades.O maior desespero está em simplismente não poder fazer nada, e se eu quero continuar vivendo com uma mente sã, devo me juntar às ovelhas, como um peixe disfarçado, e aprender a andar, a pé ou de bicicleta.Por menos adaptada aos peixes que essa bicicleta seja.Peço perdão, por esse tormento.A realidade é que essas palavras não estariam aqui, mas estou simplismente sendo sincero e colocando alguns pensamentos que conseguiram se ordenar.Eu me culpo imensamente por fazer parte dessa massa idiocrática, mas não tenho como escapar.Enquanto eu não tomar as rédeas de minha própria mente e consciência, eu me culpo e aceito minha punição perante a sociedade.

Uma outra coisa.Concordo com você quando disse que é mais fácil sermos felizes através dos sonhos dos outros.É algo que acontece mesmo, acho que só agora compreendi de fato.
Isso me incomoda no fato de que hoje, nós acabamos nos conformando tanto, que sonhamos o sonho dos outros.Nossos objetivos são o objetivo de uma sociedade doentia, e nossas vidas seguem esse molde sem nem mesmo questionarmos.
Desculpe mais uma vez, queria escrever algo feliz para você e para mim, ambos precisamos!Mas no momento seria criar uma ilusão desnecessária.

Depois de muito tempo ou Sobre a felicidade, o relógio e os lamentos

Vou retomar alguns pontos que eu perdi ao deixar de responder teus dois últimos contatos.

Você disse que também acha mais fácil ser feliz para os outros do que para si mesmo.
Quando eu originalmente escrevi isso, estava pensando de outra maneira. Não sei de que maneira você entendeu ou se eu fui claro. Na época o que eu quis dizer era que é mais fácil parecer feliz, tentar ser feliz para os outros. Ou seja, resumindo, é mais difícil admitir para si mesmo que você está feliz, entende? Mais difícil de se enganar e procurar algum outro caminho que o faça feliz de verdade. Hoje em dia, vejo essa afirmação com outros olhos. Veja se consegue me acompanhar: é mais "fácil ser feliz para os outros". Isso quer dizer que é mais fácil atingir a felicidade por meio de coisas que vêm dos outros, que partem dos outros. Não concorda? Assim como é mais fácil ficarmos tristes com estas mesmas coisas. Podem ser coisas simples. Hoje teve uma garota que ao passar por mim, mesmo que tão rapidamente, olhou nos meus olhos e sorriu, como se me cumprimentasse. Eu só falei com ela uma vez, há uns dois ou três meses atrás. Não sei se ela ainda se lembra disso, mas mesmo assim ela sorriu. Eu simpatizei com essa pessoa ao primeiro olhar, mesmo sem a conhecer. E isso é uma coisa pequena, pode-se chamar até de fútil se quiser, mas que traz felicidade. Só que quando olhamos para nós mesmos, sempre é mais difícil entender o que nos faz feliz ou nos faz triste. É sempre mais profundo, mais complexo. E quanto mais simples a felicidade for, mais fácil é de se conseguir. O que você acha disso?

Quanto ao fato de lutar pela felicidade, vou confessar: às vezes cansa.
Mas mesmo assim, se retomar a ideia anterior, é mais fácil lutar pela felicidade do outro. Eu acho, ao menos. Quando projetamos nossas ações, nossas tentativas de fazer sorrir, de fazer entender o que faz bem para todos, tentamos de certa forma, nos tornar melhores. Tentamos transformar alguma coisa. Mudar alguma coisa. E dessa forma, tentamos nos fazer felizes ao mesmo tempo. Talvez seja por isso que eu ligo a felicidade dos outros às nossas. É mais eficiente por que não vai ser qualquer coisa que vai nos abalar. Conseguimos transformar a felicidade de alguns tantos em uma só, uma massa homogênea e interligada. Talvez seja isso que o final do Into the Wild queria nos ensinar, não é? Hapiness' only real when shared. Agora vejo isso muito mais claramente que há alguns meses atrás.

Sobre a pressa e o relógio.
Isso tudo vem, como aprendemos desde pequenos na escola, da Revolução Industrial, não é? Mas para essa tal de Revolução acontecer, o que aconteceu antes? Uma outra revolução dentro de nós mesmos. Pode ser que, naquele ponto, jamais imaginaríamos como as coisas estariam hoje em dia. E mesmo que soubéssemos, não mudaríamos de opinião e continuaríamos em frente, não acha? Essa competição toda parece que vem da falta de tempo. E a falta de tempo foi criada por nós. Como você disse: é tudo ilusório. Não adianta tomar uma posição, competir por algo que não é real. E a maioria luta por coisas que não são reais, nisso tenho certeza que você concorda comigo. Isso é muito cliché, todo mundo reclama e como você também já disse, estão todos conformados. Ou a palavra seria acomodados? Não importa, se mesmo nós que nos incomodamos com isso não sabemos como protestar... Como protestar contra nós mesmos e o que nós somos. A hipocrisia reina e o resto apodrece.

Os lamentos nunca deixam de ter fundamentos.
Tudo o que tentamos externalizar passa a ser algo pertinente. Até as coisas que não conseguimos, que não percebemos, mas que estão ali, presentes na intrínseca realidade do nosso ser existem e lutam pra aparecer. Pra emergir desse rio de merda que as coisas estão hoje em dia. Quantas vezes a gente olha pro lado e pensa: essa pessoa está bem? E conclui que não. Olha pro outro e é a mesma coisa. Atrás, na frente, em todo lugar. Tudo está fora do lugar, não parece? Ou será que somos nós, que estamos deslocados no tempo e espaço? Tuas palavras são dramáticas por que a atmosfera que te cerca também é. Sua percepção é a sua realidade. E se tem alguém que eu posso dizer que pensa em muitas da mesma forma que eu é você. Assim como a metáfora que você criou outro dia para tentar me explicar sua sensação: a de um peixe que tenta aprender a andar de bicicleta.

Aonde está o problema? No peixe que não tem pernas para pedalar e entender a felicidade que ela pode trazer? Ou na bicicleta que não é adaptada ao peixe, não tem tecnologia suficiente?
As vezes penso que isso aqui parou.Está muito abandonado.Há algum tempo.
Sem culpas.É o momento, acredito.
Por um lado, isso é bom.É bom porque assim acredito que as coisas estejam melhorando e já não é mais preciso de um canto de lamentações nesse Mundão perdido.
Vamos escrever novamente.Talvez quebrando as ordens da soma, mas não importa não é mesmo? Dane-se a ordem.Dane-se.
É simples, uma palavra como esta.É simples e muito, mas muito útil mesmo.Talvez seja essa palavra que falte muito no vocabulário das pessoas.
Sabe? Notei, enfim, que algumas pessoas vivem "bitoladas".Ou atoladas, até mesmo.Atoladas com suas caras em livros, atoladas com seus problemas, atoladas com matérias para pôr e entregar em dia, atoladas de tanta falta de tempo para até mesmo respirar.
Até seus pescoços.Tapando seus narizes e seus olhos.É, acho que é por aí.
Essa idéia de que o relógio nunca para, que os dias vão e vão rápido, acelera nossos passos como chicotes às nossas costas.
Algumas pessoas, apressadas, vivem em função de uma competição por um espaço ilusório onde elas podem ser alguém.Algumas pessoas vivem, apressadas, tentando pisar à ser pisado.Vivendo uma hipocrisia atrás da outra, contradizendo através de ações o que as palavras uma vez tentaram firmar.Contradizendo opniões tidas como o topo da cadeia alimentar.
Hipocrisia, por vezes, torna-se, para mim, a palavra-chave do século.
Nós vivemos essa doença.
Sorrisos afogados em falsidade e inveja por todos os lados.Cercando e sufocando.Conformismo.Conformismo.Dormimos sobre ele.
E quando alguém percebe tudo isso...Não muda nada.Porque não há o que mudar.
Mas é assim.É assim que as coisas estão - vê o conformismo?

Enfim, é apenas um rabisco de uma idéia pouco formada.É o esboço de uma revolta interna e externa.
O pior disso, é que o dane-se é apenas uma outra ilusão.É como o dane-se de uma criança mimada que quer apenas esquecer aquilo que não consegue ter.É como o "Nem queria mesmo!".

Enfim, deixa quieto.
Isso é um lamento sem fundamentos.Mas existente e pertinente.Até demais.
Agora, fico aqui.Vou comer alguma coisa e fingir esquecer de algumas mentiras.
Dramático de mais, credo.
É hora.

Começo (2)

Para começar a responder uma carta tão esperada quanto esta, devo começar dizendo que você não precisa e acredito, de verdade, que nunca vai precisar, pedir alguma coisa como desculpas para mim.Fato e ponto.
Porque no final das contas é totalmente compreensível essa travada que a vida nos dá, algumas vezes.É um "chega pra lá" até que necessário, chego a pensar.
Mas enfim, vamos começar a responder tuas palavras mais do que bem vindas.
Espero que no final desta nova carta eu consiga ajudar com alguma coisa, por menor que esta venha a ser, é o objetivo pelo menos, se não conseguir...Bem, aí quem pede desculpas sou eu! Haha, isso também é uma palhaçada, a distância me deixa um tanto quanto impotente nessas situações.
É claro que te entendo, por sermos parecidos e, principalmente, por eu mesmo ser praticamente o criador desse problema de expressão. A primeira coisa que eu tento colocar na minha cabeça é que relacionamentos são difíceis no geral, com qualquer pessoa.
Nossas personalidades e ego chegam a ser tão grandes, que em contato com outras pessoas, essas personalidades chocam-se como ondas, a ressonância as vezes pode ser destrutiva (apenas para completar a analogia). Relacionamentos são sim muito difíceis.
Sabe? Eu penso muito nisso também, o Mundo e sua imposição, até escrevi à respeito disso há algumas semanas no meu blog "anual". Saca? Nós nascemos praticamente com um destino escrito, não por forças Divinas e maiores, mas pelos nossos próximos e pelo próprio sistema. Você vai andar assim, vai sair com essas pessoas, não com aquelas, vai estudar aqui, vai fazer isso e aquilo e parar de pensar nisso. O Mundo é imperativo, de um jeito tão sutil que nem percebemos. Nos enquadramos sem querer enquadrar, e os que tentam tomar um formato mais curvilíneo são tratados como excêntricos e excluídos. Nessa situação excêntricos procuram refúgio com outros semelhantes, porque...Quem consegue ficar sozinho? Leva a loucura, na certa.
Nesse caminho, acredito que é por causa disso que é mais fácil, nas suas próprias palavras, ser feliz pelos outros do que ser feliz para si. Veja, a nossa projeção nessa vida é criada pelos outros, eles estão felizes com isso...Mas o que a gente quer, por vezes deve ficar em segundo plano. bah! Mentira, nem sempre, é verdade. Nós nascemos na geração do egoísmo, isso é fato e está estampado em cada esquina, sobrevive o mais adaptado. Olhamos apenas para o nosso umbigo e queremos que os outros fiquem em segundo plano, é o antropocentrismo evoluído, a adolescência hoje vai dos 10 aos 25 anos, e depois dos 9 anos o ser humano volta passos atrás e pensa como um bebê que se enxerga como o umbigo do Mundo. Mas mesmo assim, acredito que é verdade, é mais fácil ser feliz para os outros do que para si mesmo, ainda acredito que seja pelo fato de que é mais difícil de enganar a nós mesmos. As vezes me pergunto, será que nós temos o direito de brigar tanto assim pela felicidade? Será que nós não somos apenas etapas para uma evolução? Se formos mesmo, não importa nossas vidas, para a natureza, pelo que estudamos, não importa mesmo. Tudo o que importa nessa teoria são os nossos espermas e óvulos.
Essa encruzilhada, de não saber onde estou, para onde vou, acho que também pisei nessa armadilha da crise existencial dos 20 anos. Sabe? Uma agonia de não querer estar aqui e estar lá, de precisar de mais espaço e sentir que essa cidade é pequena de mais, e que estou cercado de cactos confusos. Mas é uma etapa que não dá pra pular. Eu ainda não sei o que fazer, mas assim que souber, te digo! (:
Peço desculpas adiantadas, faz 3 semanas que você escreveu, e talvez seus problemas descritos já tenham sido solucionados, mas mesmo assim quis escrever. Faz falta!
Um abraço, e desejos de melhoras pelos problemas ditos na noite anterior!
Com o rosto molhado e um gosto salgado na boca volto para cá pra tentar te escrever alguma coisa. Acho que te devo alguma explicação. Da última vez que escrevi ("Não consigo escrever nada, etc.") não estava mesmo conseguindo fazer nem isso, nem nada. Estava travado. E ainda estou, na verdade. O jeito vai ser vomitar as palavras e ver no que vai dar. Nem lembro se da última vez que nos falamos te disse que estava bem ou não - faz tanto tempo, não é?

Acho que você consegue adivinhar um pouco como eu estou, já que somos tão parecidos. Estou com tantas dúvidas e apesar de todos que estão em volta tentando ajudar, eu acabo percebendo que o único que pode respondê-las sou eu mesmo. Logo eu, indeciso. Palhaçada...

Vou tentar listar algumas coisas com que eu não tenho estado me sentido confortável ultimamente (quem sabe você não me ajuda a bolar uma solução?): Minhas tentativas frustradas de tentar expor meus problemas com clareza (achei importante começar por esse). Algumas atitudes minhas em relação a algumas pessoas. A maneira como as pessoas se relacionam no geral. Como acho difícil me abrir para as pessoas. Como o dinheiro é importante e essencial. Devemos ter sempre objetivos (por que não podemos, pelo menos por um tempo, não querer realmente chegar em algum lugar?). As pessoas buscam em coisas materiais refúgio para muitos dos problemas. Como o Mundo te impõe uma série de restrições para você não ser excluído dele (e devemos nos submeter a todo esse tipo de padronização). Receios de que não encontrei o que realmente quero e preciso para levar, com alguma dignidade, minha vida. É mais fácil ser feliz para os outros que para si mesmo. Querer chorar em um ombro amigo e não ter ninguém por perto. Querer chorar em um ombro amigo, tê-lo do seu lado e ser incapaz de fazer isso.

Devo ter esquecido algumas coisas (não que sejam de menor importância, mas enfim). Algumas outras, acho que decidi não tratar aqui.

Não sei o que fazer
Não sei para onde ir.

Nem sei se isso é para você conseguir entender ou eu mesmo tentar desvendar o que ocorre nessa crise...
Desculpe,
não consigo escrever.

Mesmo assim, em pouco tempo retornamos aos velhos tempos.
E então...Me perco.

(Bem vou abandonar totalmente um linguajar culto, quero falar como meus pensamentos vem e como eu, eu mesmo, falaria.Ok, talvez não como eu falaria, mas como meus pensamentos estão vindo à minha mente neste exato momento).

E ae rapaz!

Essa é mais uma daquelas noites que parecem ser longa de mais para caber num espaço curto de contagem de algumas poucas horas.Minha cabeça não consegue se concentrar o suficiente naquilo que chamamos de sono, e toda vez que ele aparece essa agitação toda espanta ele como se fosse um bixo do mato, pulando de trás de um arbusto.Bizaaarro, mas real.O que eu fiz? Bah...levantei e aqui estou, nada melhor do que escrever um pouco para depois ir deitar, e covenhamos, estou devendo essa pra você já faz uma semana pelas contagens da internet.

Sabe? Pensei nisso que você disse...o conselho que você colocou em todas aquelas letras que formaram o teu " meio termo entre telegrama e carta ", mas que pra mim, ainda é uma carta completa com remetente e destinatário mais certos do que nunca.
Acho que como você bem sabe, essa coisa de expressar exatamente o que se passa nesse universo dentro da minha cabeça, é algo mais complicado do que parece né?!
Em um ponto dessa estradona que eu estou percorrendo, em algum momento, eu tropecei.E quando levantei, não conseguia mais falar abertamente, ou demonstrar linhas de sentimentos.É, eu me fechei, normal.
Por isso talvez seguir teu conselho seja algo um pouco mais difícil do que normalmente seria.Mas admito que as coisas estão melhorando nesse ponto, e já sinto que essa melhora é totalmente positiva, certo? E por isso concordo com você, quando diz que o dia parece melhor depois de praticar todos esses exercícios verbais e liberar palavra por palavra de embromo que existe no fundo de cada alma, é um alívio poder abrir a porta de casa, colocar os pés para dentro e não sentir aquela bola de confusão negra e agressiva dentro do estômago.Mas é um alívio que por vezes se torna raro.
Os momentos de nudez da alma são por exemplo, agora.Um momento meu, e só meu, de organizar os pensamentos e tentar coloca-los em linha ordenada e pacífica.Infelizmente, ou felizmente, exposta para quem tiver algum tempo para jogar fora e perdê-lo lendo alguma inutilidade na internet.
Escrever é algo novo, muitas vezes as confusões interiores saem na forma de algum desenho, ou ao escutar alguma música foda.Até mesmo, um filme foda.
Mas falar...É outra história.
Olhar para mim mesmo, lá dentro, no fundo de uma suposta alma é algo complicado de mais.Ordenar essas imagens desconexas é algo dificílimo, um retrato dessa tentativa seria o labirinto.Imagina? Teseu entrando no labirinto do minotauro sem o novelo de lã? Ele teria sido apenas mais um, não teria conseguido voltar mesmo após ter matado o tal do vilão.Pois é...mesmo encontrando a resposta desejada, eu nunca consido voltar pra "realidade" com palavras palpáveis (:
É fato.
Ok..ok! Não digo nunca, mas a maioria das vezes.Acho na verdade, com um otimismo que eu tirei agora da cartola, que esse nunca está ficando cada vez mais fraco, pra minha sorte eu espero que realmente esteja! E não seja mais uma pegadinha da minha cabeça.
Creio que nesse ponto da minha vida eu tenha aprendido a disconfiança, sabe? Não confiar mais, palavras, aos outros e isso acabou se consolidando cada vez mais em torno de mim e de mim, erradiava para as outras pessoas, de modo que a confiança minguava de mim até os mais próximos.Apesar de tudo, mesmo sabendo que ficar calado é algo negativo, por vezes é um bom negócio.

Por fim, de verdade, o que eu realmente queria dizer se perdeu aí no meio.Me desculpe, acho que ficou confuso de mais, e minha habilidade na escrita não se compara à sua.Mas é algo mais ou menos assim mesmo. (:
Saudade grande cara.
Com muito otimismo (ainda) estou te enviando essa mensagem (que ficou grande demais para ser um telegrama e um tanto quanto pequena para ser chamada de carta).

Não consigo deixar de pensar em tudo que estamos vivendo agora e no que vamos viver. Acho que o Mundo me pegou de jeito e está me ninando de uma forma tão especial que não sei exatamente o que dizer.

(Não sei se você chegou a ver um vagalume que passou aqui por perto. Se não, dê uma procurada, por favor. O dia ainda não acabou, sabia? E acho que ele vai ser mais longo do que parece.)

As coisas parecem ficar cada vez mais simples. Mais do que nunca, acredita?

Faça o que eu estou pedindo, se você puder? Estou praticando sem moderações... Abra todos seus pensamentos da forma mais sincera possível. Sinta da forma mais simples e deixe que os outros fiquem sabendo disso. Tente por em palavras o que você está sentindo e declare tudo isso para alguém. Pode ser qualquer um. Qualquer um mesmo.

Você vai se sentir mais puro do que nunca, isso eu garanto. Vai abrir os olhos para muitas coisas. Vai perder o medo de tantas outras. Vai sentir mais e ficar em paz com você e com os que estão por perto. E todo mundo vai perceber. Se não perceberem, continue o exercício e diga o que está sentindo.

Essa carta que estou mandando para você, foi originalmente escrita para mim - agora que percebi. É a continuidade dessa proposta que eu fiz pra você.
E está dando muito certo.

Saudades.
Acho que essa última carta tem uma essência maior da tua pessoa.Digamos que "tem a cara" do autor.Uma preocupação com coisas que realmente importam, contadas de uma forma simples, e que faz pensar.Não há como começar de uma forma diferente se não dizendo "Concordo" e creio que qualquer outra pessoa que ler a carta de baixo, pensará a mesma coisa, salvo uma ou outra pessoa (e eu entendo o porque).
Digamos que essa esperança de uma resposta rápida é algo natural de todos nós, a ansiedade não é algo lá muito gostoso para ser sentida, certo? E lembrando que todos nós a sentimos.Logo, creio que seja por isso que nós sempre desejamos ficar longe da famosa sala de espera do Consultório da Vida.Mas eu sou um dos que concorda com a sua opnião.
O sistema todo inventa mil e um modos de não deixar-nos esperando, ou seja, com um tempo ocioso.Porque? Mil e um motivos.Talvez se lembrarmos do início dessa modernidade toda, o início da Revolução Indústrial (caramba, que massante, mas calma, talvez faça sentido).Quando as fábricas surgiram, surgiram com ela idéias de como fazer a máquina de produção funcionar mais rápido, controlando o tempo de todos os homens que trabalhava na esteira de produção.O tempo de almoço, o tempo de tomar água, ir ao banheiro, o tempo de descanso, até aquela folguinha marota que as pessoas dão fazendo um certo "corpo mole" pra tentar recuperar o fôlego.Acho que talvez essa mania, de controlar o tempo de ócio, tenha pegado de verdade.
Mc Donalds, ouvi relatos de que lá nas Terras do Tio Sam eles controlavam o tempo dos consumidores.Na verdade por aqui também há idéias de que eles fazem o mesmo.Ouvi que nas franquias não havia lugar para sentar, eram apenas umas mesinhas mais altas, pra pessoa apenas arrumar o lanche na mão, e sair comendo para o trabalho.Para os consumidores não perderem tempo comendo, e para a franquia ter mais espaço para mais consumidores.Aqui, no Brasil, ouvi dizer algo curioso sobre as cadeiras, que elas seriam inclinadas para frente, e desconfortáveis de propósito para fazer o cliente sair mais depressa.Enfim, talvez seja boato, talvez não.Mas talvez tenha dado pra pegar a idéia.O que eu quis dizer, no final das contas, é que talvez essa "compilação" do tempo, tenha surgido por causa do trabalho.Pra mim, faz sentido.Pegamos o congelado, o seu exemplo, porque? Pra termos tempo de fazer outra coisa, para poder produzir outra coisa...Nem que seja produzir um tempo de descanso, ou de inutilidade na frente da TV ou do Computador.
Mas a real é que concordo também que isso é extremamente prejudicial, e que as futuras gerações receberão isso de forma bombásticamente forte.Toda essa pressa na verdade fará com que as pessoas percam o dia-a-dia, elas perderão o sol, as núvens, as árvores e a estrada...Tudo porque, depois de tanta pressa, elas não tiveram tempo.Irônico né?Mas pra mim, isso se encaixa com uma certa perfeição.E todo esse cenário se mostra verdadeiro não apenas no campo do trabalho, mas como eu disse, na vida toda.Esperar uma resposta, um sim ou um não, gera uma ansiedade desconfortável.Aí, temos pressa mesmo.Um tanto quanto incontrolável, e talvez necessária.Haha, agora que pensei no que escrevi, tenho medo de não ter respondido ou recebido tua carta como o esperado.Mas foi nisso que pensei na hora de escrever.
Essa é a minha vez de pedir desculpas pela demora, primeira semana da faculdade temo que seja um pouco apressada, e agora que ando um pouco mais ocupado ficará relativamente mais difícil de responder, mas creio que isso seja mútuo.Espero que esteja tudo bem por aí, e espero que teus dias sejam simples como uma refeição (:
Quando os dias são simples, fiquei sabendo que o sol é mais bonito, e o céu cheio de núvens.Como está o seu dia?
Me desculpe.
Estive ausente por muito tempo; pelo menos em meus textos.
Essa carta será a que vai viajar mais longe, passar por mais coisas para, enfim, atingir seu destino, não é?

As coisas tem sido tão simples ultimamente. Imagina o trabalho que dava antes... Quando se sentia fome, era preciso plantar, regar, esperar (e isso é uma das estapas mais importantes), regar mais, esperar mais um pouco, colher e cozinhar para só então comer. Hoje em dia, pegamos o carro, vamos ao mercado e compramos a comida. 3 minutos. É o tempo de espera e você já pode devorar teu almoço. Isso quando você já não compra a coisa toda pronta. Não há mais espera. Mas talvez seja pelo fato de que não se tem mais tempo para poder esperar, não é?

Com ânsia de viver as pessoas acabam esquecendo um pouco aquilo que se chama espera. Paciência. Não é tão fácil como estou dizendo, concordo. Mas, ao menos para mim, muitas coisas deveriam ser diferentes. As pessoas, o comportamento, suas reações. Alguns como eu, esperam o futuro definitivo o mais rápido possível, mesmo quando quase nada depende de nós (e cá entre nós, quanto de tudo isso depende realmente da gente?). Acho que isso é uma espécie de impaciência. Esperar o definitivo, mesmo quando ele não existe. Nada o é, afinal.

Mas voltando ao que eu queria dizer, a espera é algo essencial para todos e cada vez menos percebo isso nas pessoas. Posso até arriscar dizer que "a próxima geração", posterior à nossa, terá mais problemas com esse quesito que nós mesmos. Afinal, qual almoço fica melhor? Aquele por qual lutamos, deixamos um pouco de nós mesmos naquela refeição ou aquele de dois reais, que compramos congelado? Claro que é um exemplo ruim, já que o dinheiro para o congelado só se consegue por fruto de um trabalho ou esforço de alguém. Mas não é questão nem do dinheiro. É a questão da própria experiência que temos em investir em alguma coisa sabendo que ela não estará ali, de prontidão esperando quando quisermos, entende?

Deveria ser ao contrário... A prontidão ser nossa. A paciência ser nossa. Não me refiro a ficar parado, pelo contrário. Agir para atingir um objetivo, mas sem a esperança ou a expectativa de quê ele se realize de uma hora pra outra.

Acho que sempre acabo caindo nos mesmos assuntos, isso até deve estar ficando chato... São essas coisas que realmente me incomodam no final das contas. Talvez essa seja uma forma de melhorar meus problemas, jogando todos pra fora e os transformando em palavras.
Mesmo longe, faço desta carta, então, algo que ao menos nos aproxime um pouco, que diminua, por maior que seja, essa distância toda.
- Ô, ôuun!


Acho que você conseguiu deixar minha noite mais alegre.Alegro-me apenas em ver que você está de bem com os sons da vida, a música.É minha amada, há tanto tempo, por vezes é a única que me entende (Qualquer um, talvez, que ame música tanto quanto eu, entenderá essa parte.Acho que você entende, pois ama também a música).
Seria como um sonho então, se um dia, reunirmos, todos nós e começassemos a riscar alguma coisa, arranhar um violão e arriscar uma nota ou outra.Ao mesmo tempo.Em uma simples harmonia, que não necessita da perfeição, apenas a música, um famoso 'Som de garagem' já é garantia da mais perfeita combinação que se transforma em alegria instantânea.
Haha, bem, agora mudando de assunto.Não acho que você cometerá os MESMOS erros, erros sempre são diferentes, ou nós simplismente não os cometeriamos duas vezes.Pelo menos não os erros aos quais se refere.Todas as novas situações são diferentes, não creio que possam se repetir, então...não há como errar duas vezes.Mas acho que nós crescemos, juntos, depois de tudo.Acho que não cairemos da mesma forma, se cairmos, acho que já estamos calejados o suficiente para sentir menos, se é que isso é possível.
Mas a verdade é que depois de pensar muito sobre esse assunto acho que é um ciclo vicioso.Nós aprendemos a gostar, e apreciamos tanto aquilo...é...E é fácil a primeira parte, mais fácil ainda a segunda, mas a terceira parte que é difícil de verdade.Aprender a deixar...aprender a deixar tudo isso para trás.Talvez eu nunca vá aprender de fato, mas a gente já sabe o que esperar...isso torna as coisas levemente mais macias.

Seja como for, a única coisa que eu posso desejar agora é que, de uma forma ou de outra, dessa vez torne-se melhor e mais proveitosa do que a última.E que isso seja sim, um ciclo sem um final premeditado.(Não só para mim ou para você.Mas que seja para todos.Sei que não é possível...mas, teremos esperanças!)

A alegria em si é simples, chegar nela é que é um pouco mais complicado.Mas como vi uma vez, o motivo que faz de nós, seres humanos, os seres mais prepotentes de toda essa criação, é o fato de nos acharmos no Direito de sermos felizes.Não, não estou dizendo que temos que ser tristes, mas isso é apenas algo que me fez pensar.A felicidade é simples, como nós concordamos, então ela realmente está nas coisas mais simples.E como você disse, temos os ingredientes em qualquer lugar, a qualquer hora, à disposição de tudo e de todos.
Queria compor, pois compor uma música seria como criar em meio de palavras um pouco de felicidade.E transmitir isso, é com certeza, um Dom.Quem sabe um dia, nós realmente não realizamos isso? É muito boa essa inocência.

'Till the last breath - "General Romano"

Obrigado, e...Perdão por qualquer coisa.Ao Mundo, um abraço.A gente se vê.
Já em São Paulo.

Tenho tentado todos os dias me lembrar dos seus conselhos, isso tem me ajudado bastante a encarar as coisas com mais simplicidade. Nossos amigos têm muito o que ensinar pra muita gente. Tentando não reclamar, esquecer alguns problemas, percebi o quanto é difícil. Se verbalmente já é complicado, imagina em pensamento? É um exercício e tanto. Mesmo assim ainda acho que vou conseguir. Venho correndo pra te contar quando acontecer.

Estou tentando me dedicar mais à música ultimamente. É uma coisa que realmente me faz bem. Algumas possuem um universo único. E nesse universo conseguimos ficar viajando por 3 ou 4 minutos, mas que valem muito mais que isso. Parece que aprendemos mais com coisas assim. Música, livros, filmes. São três coisas com as quais não conseguiria ficar sem.

Quanto à música, comecei a brincar mais, sem complicação nem comprometimento (mas como se fosse uma terapia) com o baixo, o violão a gaita e a ocarina. E estão saindo umas coisas legais, sabia? Queria ter uma voz boa pra acompanhar, mas não se pode ter tudo, né? Estava pensando em começar um projeto, gravando algumas canções, ia ser o máximo se conseguíssemos fazer isso antes do final das tuas férias.
Eu poderia voltar e, pelo menos, passaríamos um dia que não vamos esquecer.

Hoje começa tudo novamente, só espero que não repita os mesmos erros anteriores. Mesmo que aconteça, pelo menos serve para aprender alguma coisinha a mais, que deixei ficar pelo caminho. Aproveitei a música que recebi, pensei muito sobre ela. E quanto aos nossos amigos, sabedoria é pouco para eles.

Como você disse, tenho pensado na felicidade ser exatamente como um suco. Um suco é de uma simplicidade máxima. A felicidade também. Temos por perto tantas amoras e morangos, suficientes para fazer suco por tanto tempo, que não precisamos nos preocupar com tanta coisa assim, não é?

Um abraço.


- A felicidade é como um Suco?
- Exatamente!
(Diálogo sobre a felicidade)


(Uma homenagem).


Isso de cara me lembrou um dia.Um dia que já faz algum tempo, relativo, lógicamente.Uma vez que eu escrevi sobre algo como os dois amigos que nós sempre esquecemos deles, de menciona-los e mais, de mencionar as lições que eles passaram para nós.Ok..ok, não são lá lições, mas é algo que faz algum sentido.
Acho que no final das contas passamos tanto tempo reclamando que se formos fazer algum tipo de cálculo miraculoso quando tivermos que pagar nossas contas, notaremos que passamos uma boa parte da vida reclamando e criticando e dizendo coisas tão ruins quanto possamos imaginar.Enfim, é como me disseram um dia, temos uma tendência em fazer das pequenas coisas ruins parecerem tão grandiosas e não fazemos o mesmo com as pequenas coisas boas da vida.
Do caramba será o dia em que eu possa acordar e achar graça em todas as coisas que passarem pela minha frente, e não dar a mínima pra essas pedras que vivem a chatear e..bem, tudo mais.
E pensando nessa eu lembrei, depois de algum custo pensando, de Jack Johnson, é eu sei, já passou da época dele e já é batido, mas dane-se e eu não me importo e qualquer outra coisa que sirva aqui e tenha esse mesmo sentido.
Pois é a letra de Banana Pancakes, lembrando agora, acho que foi um dos grandes sucessos dele, as modinhas das músicas dele.Mas eu nunca fui um fã das músicas do Johnson aí, só depois de muito tempo, eu fiquei curioso, escutei e gostei e continuo gostando.E...por favor, a letra dessa música realmente é boa, e a melodia? Bem...a melodia relaxa.
Acho, mais uma vez, que se todos fizessem durante um dia da semana a mesma promessa que você fez, nossas semanas seriam mais leves.Concorda? Não sei, acho que seriam sim.E por nossas vidas serem ótimas é que eu acho que fica mais complicado.Ora, quem está acostumado com mordomias sempre quer mais, não se contenta com o suficiente.As vezes penso que eu costumava ser assim, agradeço hoje por algum momento da minha vida em que pude realmente prestar atenção e mudar essa insanidade.
Foi interessante você colocar isso nessa carta, o fato de sermos esperançosos.Um dia eu estava lendo algo que dizia que os Esperançosos são os mais infelizes, feliz é quem tem uma visão negativa sobre o futuro, e isso era uma pesquisa sim, científica.Pois os adeptos à esse Negativismo, estariam mais preparados para um "Não" e quando ouvissem um "Sim" da vida, ficariam extremamente felizes.Já os Esperançosos têm uma tendência a frustração quando escutam um "Não" e o "Sim" é apenas algo que eles já esperavam.Acho que eu nunca quis cuspir em cima de uma revista como eu quis naquele momento :O.
Não me interessa mais pensar no errado.Gostaria que não fosse interessante a ninguém.
Fiquei feliz com esse primeiro assunto, fiquei feliz com essa primeira carta.Acho que será uma experiência interessante, dá pra aprender muitas coisas por aqui, pelo menos, espero que dê sim.
Agora já estou repetitivo e cansativo...pelo menos, finja que isso aconteceu apenas agora.

Enfim obrigado pelo pôr do Sol, e como você já tem um, uma ótima Música pra você.
Talvez esse seja um dos desejos mais feliz que possamos fazer à alguém!

Rain all day and I don't mind - Jack Johnson (Banana Pancakes)
Hakuna Matata - Meus dois grandes amigos :D (prometeu tentar lembrar-se mais dele, lembra?)

Indaiatuba, 1 de fevereiro de 2009

Ah! A primeira de muitas, espero. Não queria muito um padrão nessa troca de correspondências, mas se não pudermos evitá-lo, que convivamos sem reclamar. Afinal, acho que todo mundo em volta têm reclamado demais, não é? Sempre com alguma coisa para se queixar, as pessoas não conseguem perceber quanta beleza há em volta?

Pouco tempo ainda faz, uma amiga minha não me desejou sorte, nem boas férias. Me desejou, sim, um bom pôr do sol, ou vários deles. Acho que é isso que precisamos desejar às pessoas. Quem sabe elas abram os olhos e percebam tudo isso. Pelo menos não poderão dizer que não tentamos. Estamos aqui pra isso. Eu, você e todo o resto. Para tentar aproveitar um pedacinho disso tudo, para fazer parte, mesmo que ínfima, dessa enormidade das coisas.

Como já disse, as pessoas têm encontrado problemas nas mínimas coisas. Hoje decidi que não vou reclamar de nada, apenas aproveitar os bons momentos. Não que em minha posição isso seja muito difícil, minha vida já é ótima, você sabe. Há pouco te disse que em termos de amizade, ultimamente (e sempre, se eu parar mesmo para pensar) tenho tido muita sorte. Acho que de tanta sorte, se um dia acontecer algo que me faça cair, não vou conseguir, de tanta gente em volta de mim. E isso é uma bênção. Achei que os amigos mesmo eram poucos. Mas a cada dia vejo que qualquer um pode ser um ótimo amigo.

Uma coisa que sabemos bem é ser otimistas, não é? Esperançosos. No final das contas somos bem parecidos, eu e você. É capaz que se não assinar essa carta e voltar daqui um ano não saiba dizer quem a escreveu, se foi você ou eu. Pois é isso mesmo que vou fazer, ao terminá-la. Vamos nos confundir um pouco. Quem sabe as risadas que poderemos dar, tentando descobrir quem escreveu o quê?

Ok, sem reclamações é o combinado. Agora já as preocupações já é algo mais difícil, não acha? Não sei. Talvez não saiba lidar muito bem em controlá-las. Não queria me preocupar tanto com algumas coisas, mesmo assim. Acho que com o tempo aprendo. Ou aprendamos juntos, não é?

Um ótimo pôr do sol para você amanhã

Um amigo.